Algo acontece e eu não sei, apenas sinto. Minhas mãos, ainda tremulas, não conseguem terminar esta carta que tento te escrever. O meu amor por você ainda é algo muito vago de certezas, quero apenas viver mais ao teu lado para poder te dizer com toda certeza quando essa paixão se tornar, verdadeiramente, amor.
Não ter certeza deste evento não quer dizer que o amor não exista, ele é muito jovem e só se tem certeza se é verdadeiro quando ele amadurece. Todo amor começa em forma de paixão, que insiste e brota pele à fora, mexe com o homem de maneira que ele não consegue conter as emoções. A perca total do controle se deve à esta paixão, que é egoísta, possessiva, cheia de desejos e que tem uma fome insaciável. Sentimento que vislumbra os olhos, que banha a face quando há saudade e comprime o coração entre quatro paredes imaginárias de maneira que não caiba nada mais além daquela que não saí do seu pensamento. Um sentimento jovem, muito afoito e desequilibrado, que precisa viver e ser compreendido para sobreviver e se tornar verdadeiro, o amor que tanto buscamos e queremos declarar um ao outro.
Nunca saberemos qual o tempo da paixão, mas o amor é uma grandeza atemporal, eterna. Uma vez amor, nada pode mudar. Sentimento singular e múltiplo, não restrito e sem preconceitos, capaz de quebrar toda à ética e explorar os lugares mais secretos de sua mente. Viver mais intensamente a paixão é uma dica para que ela perdure mais ou que amadureça mais rápido, mas o grande medo das pessoas é que se essa paixão mude para algo que não seja amor, que termine em uma tragédia cardíaca e que acabe quebrando o nosso sensível coração em mil pedaços.
