segunda-feira, 7 de abril de 2014

O dia em que minha alma fugiu do castigo de se sentir-se perdido em um corpo desamparado pela razão em desencontro com a paixão.

O dia em que minha alma fugiu do castigo de se sentir-se perdido em um corpo desamparado pela razão em desencontro com a paixão. Desespero? Pensei. Fuga? Talvez. Medo? Essa é a certeza mais concreta que tenho neste plano abstrato, ilógico. Não! Reafirmo diversas vezes na esperança de reabrir a porta para que eu possa voltar para meu corpo e não sentir aquele incomodo que me troca o ar pela agonia. Amor? Eu tenho plena certeza de que é, mas não daqueles que sentimos uma vez na vida, está mais para aquele que sentimos antes de dormir, no calor do travesseiro, de um lençol dotado de muito apego, no calor da madrugada. Não, não se pode amar um cheiro, uma cor, um timbre, um toque suave já nuca enquanto rabisca-se pensamentos sobre algo concreto e estritamente necessário. Isso me tira a realidade, os poderes voluntários de um homem que estava completo. Perdi todas as possibilidades de raciocinar acerca de quaisquer outra situação. Eu nego, repito a negação, me recuso a acreditar, mas não... não é. Assumo ser impossível ter certeza de alguma coisa, estou imerso em águas profundas, em correntezas violentas, rodeado de seres antes comum mas agora estranhos. Apesar de novo, de cruel, de devassador, de violento, de constrangedor, de amedrontador, de incerto, de tentador, eu gosto de tudo isso que adentra e me expulsa de meu próprio corpo, antes são, agora ausente de alma, pois errei, perdi todas as chances, não sou quem pensei ser, perdi a certeza da verdade absoluta e clara. Fugi de mim, de tudo, perdi o equilíbrio e agora sou espectador de minha própria paixão. Estou sozinho, em silêncio com meus sentimentos errôneos, distantes e próximos de alguém que não distingue a paixão da alma e o amor do coração, de alguém que não sabe conviver com incertezas.