terça-feira, 1 de março de 2011

Falsa Vitória.

Entre linhas te vejo, aqui neste lugar, em um quarto escuro que me deito todas as noites. Sinto teu toque perfeito em minha nuca, o teu abraço sobre o lençol de seda que me cobre, teu corpo nu que me queima por dentro. De olhos fechados sinto teu beijo, teu gosto, sinto o hortelã que me refresca alma a dentro. Não sinto saudade, não me recordo, não te vejo, te vi vagando serena nos corredores, em sonhos profundos e comprometedores. Tua presença me admite o pecado de sentir na carne a sensação de te consumir em alguns instantes de pensamento. Como um vencedor, mesmo que de mim, te ganho e me banho na espuma de um champanhe, subo ao único lugar deste pódio, que ao mesmo tempo que me torna campeão, me apresenta a mais pura derrota. O arregalar dos meus olhos me traz novamente a certeza da solidão, do fracasso, da necessidade do intermédio da mente para chegar em ti, da dependência da imaginação para tornar perfeito o momento ideal, da pureza para chegar ao pecado, da ingênua sensação de alcançar um sonho sem precisar sonhar, apenas fechando os olhos e imaginando...