sexta-feira, 16 de maio de 2008

Boemia.

Ele preferiu seguir por um certo caminho
Um caminho que ninguém pode contestar
Pois dos motivos dele ninguém discordaria
Principalmente quem o mesmo já sentiu.

Seguiu pela rua iluminada por poucas luzes
Refletiu sobre a vida que acabara de perder
Imaginando como seria a partir daquela hora
E a dor nunca havia sido tão intensa.


A vida boêmia nunca foi tão aconchegante
Em volta de bebidas e de amantes ele era feliz
Nunca se sentiu tão amado e querido
Mas aquilo era uma ilusão muito grave.

Ele preferiu esconder tudo o que sentia
Atrás de prostitutas e festas extravagantes
A sua garota de cabelos vermelhos
Havia ido embora, e não voltaria mais.


Parecia esquecê-la mais a cada noite
Provavelmente era essa a intenção
Até que um dia ela apenas sumiu
E junto com ela a dor também se foi

É claro que não foi completamente.
A cada mulher que beijava sentia a boca dela
A cada mulher que tocava sentia o corpo dela
E de repente surgiu uma obsessão.


Ele preferiu amá-la mais que tudo
Passou a observá-la escondido
A viu trabalhar, namorar, viver.
Cada amante que tinha o machucava mais

Sua bela amada de cabelos vermelhos
Deitada na cama com um rapaz mais jovem
Ele emanava suspiros de dor vendo a cena
Apenas um lençol cobria seus corpos.


Depois de se torturar tanto, o que lhe restava?
Sua deusa dos cabelos vermelhos já era
Não tinha mais motivos parar continuar vivo
Sua vida apenas havia terminado ali

Ele preferiu morrer amando-a
Arrependeu-se amargamente de ter visto aquilo
Queria morrer com uma imagem pura dela
Do seu anjo de cabelos vermelhos


Mas a vida nunca é como queremos
Caso contrário seria um caos pior
Ou você aprende a conviver com isso
Ou é fato, você não vai sobreviver.



Jéssica Piorski.