domingo, 17 de outubro de 2010

Ingênuo, Compreensivo, Fraco.

Estou em um labirinto. Passeio pelos corredores de mim, vestido com o nu da alma, com a ingenuidade de uma criança, sem armas, sem voz, sem argumentos. Meus gestos não parecem corresponder as minhas vontades e eu mergulho cada vez mais fundo neste labirinto. Vejo portas e mais portas, corredores e paredes, imensos obstáculos que não me levam a canto algum. Por todos os caminhos que vaguei o mais simples me levou ao nada, o justo local onde eu queria chegar. Um vazio, um espaço feito para eu preencher, para eu substituir a agonia dos corredores pela satisfação de decorar a verdade. Em cada uma das quatro paredes eu penduro um quadro, todos aparentemente felizes, quadros esculpidos em carne, que ainda viva se movimenta e grita, me chamam pro fantástico. Já fantasiei tanto a verdade que o fantástico me parece prático. Borboletas amedrontam pela sua simplicidade e pelo seu mistério, enfeitam também, são fantásticas. Mas quer saber? Não sei. Saí da agonia, maquiei toda a verdade, interpretei-a de maneira que eu pudesse me sentir satisfeito, agora fantasiar em cima do erro o acerto para forjar a felicidade, me desculpe, prefiro a agonia de um ingênuo que a felicidade de um fraco.