quinta-feira, 5 de maio de 2011

Caminhando Em Teias.

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São poucos os que acreditam que ainda há esperança. Quase ninguém segue o próprio caminho, que é traçado em teias cheias de contratempos e armadilhas. Um deslize pode resultar na captura do seu ‘eu’, pode resultar no fim de uma fé. Caminhando por entre os traços encontramos um pouco de fantasia, um pouco de verdade, seguimos frios por entre as linhas sem saber ao certo o que procurar. Se amar é um castigo, a felicidade é o nosso destino, só nos resta saber o que é ser feliz, de fato. E vem a nevoa, a chuva, o seco de rachar a face, um rumo triste e amedrontador aos que não estão preparados para o que virá. Esperar o melhor é um sofrimento, o melhor não é necessariamente fazer a sua vontade, o melhor pode ser sofrer para nos acostumarmos com a ideia de que um dia podemos não ter como sentir falta do que deixaremos para trás. Por esta teia, cheia de tarântulas, eu caminho em passos longos e leves, faço de tudo para não ser notado e capturado, para que eu não precise provar do meu próprio veneno, da minha desilusão oculta em tantas palavras que tentam me convencer de que ainda tenho esperança. Cada passo que dou é uma escolha, cada aresta que piso é um ‘apertar o gatilho’ em uma roleta russa, a cada toque sinto minha vida na extremidade dos dedos, sinto perde-la cada vez que dou um próximo passo. O frio neste calor escaldante é um sinal de que o bem pode nunca chegar, um sinal de que a vida será esquecida depois de muito esperarmos, que essa tal de esperança nunca deverá morrer, pois todos temos que seguir o mesmo caminho sobre esta teia de aranhas famintas e traiçoeiras. Seguiremos sem nunca dormir, até atingirmos os nossos objetivos, mesmo que ele não exista em teia alguma, mesmo que ele não nos leve a nenhum lugar.